quarta-feira, 28 de maio de 2014

Minas Gerais

Depois da cidade de Cristalina, a cidade dos cristais, deixei o Centro-Oeste para adentrar no Sudeste brasileiro por Paracatu, João Pinheiro e finalmente chegar a Belo Horizonte em plena tarde de domingo e com pouco trânsito na cidade.
Bem sinalizada, rapidinho encontrei a Cidade Administrativa na Rodovia Prefeito Américo Gianetti. No local, apenas alguns Policiais Militares de serviço. Conversei com eles e me deixaram entrar no imenso estacionamento para minhas fotos de praxe.
Esta é a vigésima primeira capital a ser visitada. Faltam poucas para concluir meu desafio. A Cidade Administrativa de Minas Gerais é um conjunto de prédios modernos e com um visual atraente. Aproveitei para tirar muitas fotografias no local, usando o temporizador da câmera como na maioria das vezes. Deixei BH pela BR 262 sentido Vitória, Espírito Santo.
Como era domingo, havia pequeno fluxo de veículos na cidade e só começou a ficar intenso em sentido contrário quando comecei a descer a serra. A distância de BH até Vitória é de aproximadamente 550 km. Confesso que não imaginei que este trecho seria todo descendo a serra do Caparaó, passando ao largo do Parque Nacional do Caparaó. Após ter rodado cerca de 130 quilometros, já escurecendo, parei em uma pequena pousada na cidade de João Monlevade e com um friozinho típico da região.
Hoje rodei 740 km acumulando 9.970 até o momento.

Goiás

Lembrando ainda que geograficamente, o Estado de Tocantins se localiza na região norte brasileira, deixei Palmas, com a idéia de seguir para Brasília, já no centro-oeste do país. Contudo, ao longo do dia, depois de ter entrado em Goiás pela BR 153, decidi seguir até Goiânia. Passei por Porangatu, Santa Tereza de Goiás, Estrela do Norte, Uruaçu, São Luiz do Norte, Rialma, Rianópolis, Anápolis e por volta das 19h cheguei em Goiânia depois de percorrer 920 km no dia. Escuro, tive dificuldades para encontrar um hotel e me acomodei no primeiro que encontrei e cujo nome não anotei. Só lembro que paguei salgados R$ 120 pelo pernoite. Acumulo até aqui 9.020 quilometros nesta expedição. 22º Dia - 07 Fev 2014 - Goiânia - Brasília As 08 horas tomei café e programei o GPS para ir até a sede do governo estadual pois precisava tirar as fotos para o desafio Bandeirante Fazedor de Chuva antes de deixar a capital goiana.
Rodei por uns quinze minutos e percebi que me afastava da cidade e nada do palácio (que geralmente se localiza no centro das capitais).
Parei em um posto de gasolina para confirmar o endereço e me disseram que era para o outro lado, ou seja, rodei 40 km à toa (não dá para acreditar em tudo que o Mr Google publica). Sem o nome da rua, segui indicações até que cheguei ao local. Na frente do prédio, diversas barracas armadas e alguns manifestantes que reivindicavam contratação imediata após serem aprovados em concurso público para a polícia.
Conversei durante alguns minutos, tirei as fotos e segui viagem, agora rumo a Brasília.
No dia anterior tinha conversado com o FC Celso Ferreira e combinamos nos encontrar na capital federal. Contudo, com a mudança do roteiro, novo contato via Face foi necessário.
Celso combinou me encontrar na estrada para rodarmos um trecho juntos pela BR 060. Acabei encontrando-o já na entrada da cidade com sua reluzente HD.
Cicerone de primeira, Celso me levou a vários pontos turísticos da cidade (como tem "pardais" nesta cidade!!). Logo depois, por volta do meio dia fomos até o Kalabara, point de encontro de motociclistas, onde tive oportunidade de conhecer alguns enquanto degustávamos cervejas e um excelente almoço,enquanto acompanhávamos visualmente a Ameriquinha sendo lavada com esmero no posto ao lado do bar. Aproveitei para ligar para o Paulo Dana, motociclista que já trabalhou em Boa Vista, Roraima e que agora trabalha em Brasília. Não demorou muito e ele chegou com sua esposa na motocicleta. Depois de algum tempo segui com o casal até a sede dos Cavaleiros de Aço, moto clube ao qual o Paulo pertence. Mais tarde, pernoitei na casa do Paulo e atualizei parte do Facebook com fotos e relatos da viagem. Cansado, apaguei, esquecendo que tinha combinado com o Celso sairmos para um encontro com os PHD à noite. Desculpa aí Celsão e boa viagem ao Alasca meu amigo. Obrigado pela aula sobre fotografia. 23º Dia - 08 Fev 2014 - Brasília - Belo Horizonte Domingão, acordei cedo e me despedi do Paulo. Agora pela BR 040, segui minha viagem para Belzonte, como dizem por aqui. Depois de uma hora, parei em um posto para reabastecimento e tomar um café. Tão logo desci da moto, fui surpreendido por um senhor magrinho, de cabos brancos, colete de motociclista, todo elétrico que se identificou como Cunha, de 82 anos de idade. Me disse que já foi caminhoneiro e tem por hábito fazer uma viagem de moto anualmente. Me pediu para tirarmos fotos comigo e com a moto, o que fiz com muito gosto, afinal isso dá um sabor a mais nas nossas viagens. Para minha surpresa, ele sacou do bolso uma câmera manual, daquelas tipo década de 70 com filme de rolo 36 poses. Se pôs a fotografar, acionando com o polegar a alavanca da câmera para movimentar o filme. Brinquei com ele dizendo que imaginava que não existisse mais tal equipamento e confesso que fiquei constrangido de usar minha Panasonic FZ40 digital e com tantos recursos.
Depois das fotos perguntei onde estava sua moto e ele apontou para um canto do posto onde um pequena scooter estava estacionada. Lá fomos nós para mais algumas fotos.
Boas estradas Cunha e cuidado com os caminhões!! Renovado pela conversa, segui viagem cada vez mais convicto de que se é possível ir a qualquer lugar com qualquer tipo de moto, não importando o modelo ou cilindrada. E o Cunha é prova disso com sua scooter "cenzinha".
Depois da cidade de Cristalina, a cidade dos cristais, deixei o Centro-Oeste para adentrar no Sudeste brasileiro por Paracatu, já em Minas.

sábado, 17 de maio de 2014

Tocantins

Estou no vigésimo dia de viagem e hoje é dia 05 de fevereiro. O trecho percorrido hoje é muito longo, mas única forma de cumprir o calendário, lembrando que devo estar em Foz do Iguaçu no dia 14. Saí de Itaberaba na Bahia com destino a Palmas no Tocantins, tendo deixado a Bahia pela cidade de Placas na BA 460.
Já pela rodovia estadual TO 280, passei pelas cidades de Almas, Natividade e Porto Nacional, onde passei a rodar pela TO 050 até Palmas tendo chegado à noitinha.
Na entrada da cidade parei para reabastecer e liguei para o Osmar (Frajola), representante AME-BR no Tocantins. O mesmo me orientou como chegar até a praça onde logo depois encontraria o Churrasquinho do Gaúcho. Pouco depois, já em companhia do Frajola e do Jorge, tirei a barriga da miséria com um delicioso churrasquinho acompanhado de cerveja geladíssima. Cansadíssimo depois de pilotar 13 horas e tendo percorrido 1200 km naquele dia, me hospedei na casa do Jorge (MC Música e Estrada) e apaguei até a manhã do dia seguinte. Já são 8.100 km acumulados nesta expedição. 21º Dia - 06 Fev 2014 - Palmas/TO - Goiânia/GO Mal tinha amanhecido na capital tocantinense e o Frajola já me esperava para um giro pela cidade de Palmas.
O planejamento urbano com ruas largas e longas retas me lembrou Boa Vista, capital de Roraima. Em companhia de outro amigo, seguimos até a sede do governo estadual para as fotos de praxe. Situado em uma imensa área gramada, está o palácio, um museu e um monumento em homenagem aos "18 do Forte de Copacabana", movimento tenentista de 1922.
Depois de várias fotos, ao sair do local, nosso novo amigo deu por falta da chave da moto. Procuramos por quase uma hora por todos os locais onde passamos, vasculhando cada centímetro do gramado, até que a encontramos. Como ele seguiria para outra direção, nos despedimos e junto com o Frajola fomos até uma oficina para reaperto da corrente que dava sinal de acentuado desgaste. Feito o reaperto me despedi do Osmar Frajola e deixei Palmas cruzando a imensa ponte sobre o Rio Tocantins até Paraiso do Tocantins onde tomei a BR 153, ou Transbrasiliana, rumando para o sul. Muito obrigado ao Osmar e ao Jorge pelo apoio e hospitalidade na capital tocantinense.
Passei por Gurupi e 380 km depois deixei o Estado pela cidade de Talismã, ingressando em Goiás.

Bahia

Indiaroba foi a última cidade visitada em Sergipe antes de entrar no Estado da Bahia percorrendo a Linha Verde ou Rodovia BA 099. Os duzentos quilometros de distância até Salvador foram rápidos com uma única parada próximo à Sauípe para fotos. Cheguei na capital baiana no pior horário. Meio dia e um trânsito infernal. Como tinha que ir até o palácio do governo para as fotos e este se localizar na parte antiga da cidade com ruas estreitas, foi um sufoco chegar ao local. Nem tinha estacionado a moto e fui cercado por vários vendedores de quinquilharias, guias de pousadas e hotéis, etc. Uma baiana amarrou um fitinha do Senhor do Bonfim em meu pulso, mesmo eu lhe avisando que não iria pagar nada por aquilo. Depois de algumas fotos em frente ao Palácio da Aclamação, Prefeitura e Elevador Lacerda, tratei de seguir viagem pois não queria pernoitar em Salvador, cidade de onde, infelizmente, não guardo boas lembranças. Voltei a sofrer com o pesado trânsito e "cortei" por dentro a rota, passando por Simões Filho onde conheci um casal de motociclistas que conversamos durante alguns minutos. Depois segui para Santo Amaro, Cachoeira, São Estevão e Argoim, tomando a BR 242 até Itaberaba, cidade que se intitula Portal da Chapada Diamantina. Exausto, depois de rodar 770 quilometros no dia, mesmo ainda tendo luz para rodar outros duzentos quilometros, decidi pernoitar ali. Acumulo até o momento 6.900 quilometros de estradas e 30 horas sobre as águas. Nota: Quando disse que não guardo boas lembranças de Salvador, refiro-me a um fato ocorrido há muitos anos quando estive na capital baiana participando de um encontro nacional da empresa em que trabalhava. Na época, ficamos em um hotel cinco estrelas em Itapuã (ou Itapoam) e alugamos um buggy do hotel para rodar pela cidade. O carro era bem discreto. Pintado de amarelo com imensa logomarca do hotel no capô dianteiro. Ou seja: em qualquer lugar que fôssemos, seríamos reconhecidos como pessoas endinheirada, quando na verdade não era bem assim rsrs. Pois bem, certa tarde, circulando pela cidade, paramos o veículo em um estacionamento em frente do Mercado Modelo e o funcionário de serviço exigiu que deixássemos a chave do buggy na recepção. Estranhei o fato, tentei argumentar sem sucesso. Fui até o veículo, desliguei a chave geral e entreguei a chave ao funcionário. Quinze minutos depois, já dentro do mercado, eis que surge um garotinho com não mais de 12 anos e avisa: "Tio, tem uns meninos andando com seu carro". Voltamos correndo ao estacionamento a tempo de observar quatro meninos que não tinham 15 anos cada, rodando com "nosso" buggy pelas ruas do local. Vontade de dar uns tabefes neles e no funcionário não faltou. Só então entendi a insistência para que deixasse a chave do carro. Acho que o funcionário ganhava alguma coisa para deixar as crianças rodarem pela área, certo de que não haveria consequências, afinal éramos turistas. Aquele fato estragou o meu dia e deixou-me com a má impressão da cidade, apesar de ser um fato isolado. 20º Dia - 05 Fev 2014 - Itaberaba/BA - Palmas/TO Com o desafio de visitar de moto todas as capitais brasileiras, hoje é dia de chegar à Palmas, capital do Tocantins.. Por esta razão, deixei o litoral é sigo para o meio do país.
A Chapada Diamantina é maravilhosa e a BR 242 está muito bem conservada. É uma reta sem fim, exceto pelas curvas no alto da serra.
Por volta das dez horas, começou a chover e esfriar, me obrigando a usar a capa de chuva sobre a roupa de cordura. Em Ibotirama passei novamente ponte sobre o Rio São Francisco. Já tinha feito isso na divisa de Alagoas com Sergipe onde o Velho Chico se esparrama pelo Oceano Atlântico.
No oeste do Estado é impressionante o desenvolvimento do setor agrícola, próximo a Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães, onde tomei a BA 460 para o Tocantins, deixando a Bahia pela cidade de Placas.